Fernando dos Santos Neves – Entrevista 14 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Prof. Doutor Fernando dos Santos Neves

Reitor da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa (2006)

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««Foi-me dito que teria sido eu o responsável pela introdução do termo Lusofonia nos Estados de Língua Portuguesa. Nunca tinha pensado nisso. Mas, de facto, fui consultar os dicionários e só a partir do fim dos anos 70 é que a palavra Lusofonia aparece. (…) A Lusofonia que interessa construir começa, obviamente, por uma questão de Língua. Não é por uma questão cultural, porque é preciso fazer valer as diferenças. É um absurdo falar em países de expressão portuguesa. Por exemplo, os PALOP possuem Língua Oficial Portuguesa mas não são de expressão portuguesa, e sim de expressão africana, espero eu! A literatura produzida por angolanos, brasileiros e moçambicanos, não é de expressão portuguesa, mas de expressão angolana, brasileira e moçambicana. O que temos em comum é uma Língua.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Prof. Doutor Fernando dos Santos Neves. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº14, pp. 116-124.

Emílio Aquiles de Oliveira – Entrevista 13 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Eng. Emílio Aquiles de Oliveira

Direcção Geral dos Assuntos Económicos, Ministério dos Negócios Estrangeiros (2006)

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«Realizámos um inquérito em 2005, sobre o grau de satisfação das empresas com o apoio oficial à exportação no estrangeiro (Embaixadas e ICEP). Explorou-se uma amostra pequena, e não científica – na medida em que não se conhece com perfeição o universo das empresas exportadoras portuguesas no seu conjunto. Segundo esta amostra, apenas 20% das empresas exportadoras recorreram aos serviços de Estado em 2005.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Eng. Emílio Aquiles de Oliveira. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº13, pp. 104-115.

Eduardo Jorge Silva – Entrevista 12 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Conselheiro Eduardo Jorge Silva da Embaixada de Cabo Verde (2006)

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«Em Portugal, às vezes há tendência para dizer que fizemos todos coisas bonitas. É mentira. O colonialismo foi o processo muito complicado. Durante várias centenas de anos, Cabo Verde viveu crescimentos populacionais negativos porque morria gente à fome. Portugal – não os portugueses em geral, mas a autoridade portuguesa – era o principal empecilho para que se procurassem apoios e soluções para o crescimento económico, para a viabilidade das ilhas. O colonialismo deixou marcas muito profundas na História de Cabo Verde. Mas tivemos um homem brilhante, único, que se chamou Amílcar Cabral que, por sinal e ainda bem, viveu em Portugal enquanto estudante e conseguiu aperceber-se de uma dicotomia que foi peça-chave do nosso sucesso: a nossa luta não é contra os portugueses, mas contra o colonialismo português. Até nos seus estudos, Amílcar Cabral concluiu que o colonialismo era tão inimigo dos cabo-verdianos, como dos próprios portugueses.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Conselheiro Eduardo Jorge Silva. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº12, pp. 91-103.

Belmiro de Azevedo – Entrevista 11 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Eng. Belmiro de Azevedo

Presidente da SONAE

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«Pois bem, o problema da diplomacia económica em Portugal é que não se podem fazer boas omeletas sem os ovos certos. Os diplomatas portugueses, por razões diversas – historicamente conhecidas – não foram, nem educados para a componente económica, nem treinados para serem agressivos nas negociações, nem foram incentivados a serem independentes.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Eng. Belmiro de Azevedo. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº11, pp. 85-90.

Basílio Horta – Entrevista 10 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Dr. Basílio Horta

Presidente da Agência Portuguesa de Investimento – API (2006)

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«Em termos de diplomacia económica, o que está a ser feito é muito pouco. Para não dizer que o termo é muito usado mas em sentido estrito, porque o Estado Português – em termos diplomáticos e por tradição – não tinha no exterior, até há bem pouco tempo, uma cabal representação da nossa economia. Portugal preocupa-se muito com a chamada “diplomacia clássica” – com as relações internacionais em sentido estrito – mas pouco em fazer negócios. Tão simples quanto isso, fazer negócios. A verdade é que o mundo actual não se compadece com essa posição.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Dr. Basílio Horta. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº10, pp. 79-84.

Armando Marques Guedes – Entrevista 9 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Prof. Doutor Armando Marques Guedes

Presidente do Instituto Diplomático (2006)

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«Por tudo isto, acho que a diplomacia estruturalmente – sobretudo a nova diplomacia económica – deve ser muito diferente daquilo que foi em meados do século XIX, ou até em meados do século XX. Estou completamente de acordo com a ideia de que a diplomacia é filha do seu tempo, e o facto torna-se sensível sobretudo quando há alterações para lá das conjunturais, alterações estruturais, no sistema internacional.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Prof. Doutor Armando Marques Guedes. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº9, pp. 68-78.

António Horta Lobo – Entrevista 8 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Dr. António Horta Lobo

Presidente do ICnet – Conhecimento Inteligência Económica

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«O que significa que vivemos autênticas guerras económicas. E também guerras de informação entre empresas, numa concorrência exacerbada, onde os mercados tendem a integrar-se e a ser dominados pelos grandes grupos que controlam grande parte do comércio mundial. As fronteiras tendem a tornar-se virtuais. Os Estados, na minha opinião, são contrariamente àquilo que é dito e repetido, cada vez menos liberais, no sentido em que pelo menos discretamente são cada vez mais interventores na regulação das relações económicas entre países e dentro dos países. Os EUA, por exemplo, são os primeiros a apregoar o liberalismo económico… mas, de facto, são os primeiros a não o praticar. Existe cada vez mais um grande proteccionismo nos EUA. Se quiser abrir uma empresa nos EUA num sector considerado estratégico – tem de preencher centenas de formulários, o que obviamente é inibidor para qualquer empresa.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Entrevista ao Dr. António Horta Lobo. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº8, pp. 58-67.

António Costa Lobo – Entrevista 7 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Embaixador António Costa Lobo

Professor Convidado. Instituto Estudos Políticos, Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (IEP-UCP)

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«Há países que têm talvez mais vocação para a diplomacia económica, ou que têm dado mais atenção a essa questão do que outros. Dá-se muito o exemplo dos Nórdicos. Estive em posto na Holanda, uma vez. Trata-se de um país para o qual a exportação de queijos era muito importante. Quando se falava da importância de envolver mais as embaixadas na promoção das exportações, ouvi dizer uma vez, obviamente por alguém contrário a tal evolução, os embaixadores não falam de queijos

SOUSA GALITO, Maria (2006). Entrevista ao Embaixador António Costa Lobo. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº7, pp. 49-57.

António Comprido – Entrevista 6 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Eng. António Comprido

Presidente da BP Portugal(2006)

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«O importante é cada qual perceber qual o seu papel. Nem os Estados devem – como ainda há uma certa tendência – querer substituir-se às empresas na definição de projectos de investimento e de prioridades, e entrar em áreas em que, claramente, não possuem capacidades específicas. Nem as empresas se devem envolver em quaisquer aspectos que tenham a ver com a diplomacia.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Entrevista ao Eng. António Comprido. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº6, pp. 40-48.

António Alfaiate – Entrevista 5 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Eng. António Alfaiate

Director Executivo da Associação Industrial Portuguesa – AIP (2006)

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«Temos a consciência de Portugal possuir um enorme problema/desafio, que é a necessidade imperiosa de impulsionar o crescimento do seu PIB. Diria, portanto, que Portugal possui um problema de crescimento. Fala-se muito do problema do défice mas discute-se menos o dilema do crescimento, embora estejam obviamente interligados. (…) Quanto mais não seja pela dimensão do mercado português, a solução pode estar na dinamização das exportações portuguesas (…)»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Entrevista ao Eng. António Alfaiate. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº5, pp. 32-39.