Vítor Constâncio – Entrevista 30 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Dr. Vítor Constâncio

Governador do Banco de Portugal (2006)

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«Tem-se tomado consciência que Portugal precisa de uma diplomacia económica activa. Encontramos esse modelo em muitos outros países pequenos do mundo. Na minha experiência de governante, muitas vezes admirei a capacidade de alguns pequenos países europeus de terem uma diplomacia económica muito activa. Isto é, as respectivas embaixadas interessavam-se pelos problemas das empresas que tinham a operar em Portugal, e de procurarem exercer a sua acção diplomática em defesa desses interesses económicos. De representá-los, de uma forma correcta e de acordo com as leis do país de acolhimento, mas usando a diplomacia – também ao serviço desses interesses. Esse é o caminho que Portugal tem que seguir. O que passa pela formação das pessoas, passa pela criação de estruturas nas embaixadas que tenham os meios para desempenhar essa função, passa pela articulação entre instituições (como o ICEP e as embaixadas).»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Dr. Vitor Constâncio. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº30, pp. 247-250.

Teresa Patrício Gouveia – Entrevista 29 – Diplomacia Económica

Entrevistada: Dra. Teresa Patrício Gouveia

Ex-Ministra dos Negócios Estrangeiros do XV Governo da República Portuguesa

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Sobre a Diplomacia Económica Portuguesa (2006): «Todo este interesse pela actividade económica, e pela chamada diplomacia económica, ou pela diplomacia ao serviço dos interesses económicos portugueses, é relativamente recente. O que implica introduzir nas embaixadas interesses/preocupações que não são os tradicionais no âmbito da diplomacia – pelo menos em Portugal, noutros países provavelmente têm sido. Portanto, tudo isto têm sido mudanças que se vão conseguindo progressivamente. Há diplomatas e serviços de embaixadas mais sensíveis do que outros, profissionais com mais aptidões do que outros ou que integram mais rapidamente as mudanças, ou reconhecem mais rapidamente a determinados problemas. Não funciona de forma uniforme na rede diplomática portuguesa. No período em que estive no Ministério dos Negócios Estrangeiros, já havia, por parte de um grande número de embaixadas, uma consciência clara dessa nova valência da diplomacia. Mas há sempre algumas dificuldades – de instalação, por exemplo, quando os serviços do ICEP se instalam nas embaixadas. Umas vezes corre melhor, outras vezes corre pior, seja qual for o modelo.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Dra. Teresa Patrício Gouveia. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº29, pp. 238-246.

Rui Nabeiro – Entrevista 28 – Diplomacia Económica

Entrevistado: Comendador Rui Nabeiro

Presidente Cafés Delta

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Sobre a Diplomacia Económica Portuguesa: «O Estado deve ter uma atitude. Possui o ICEP para a promoção das exportações, que é um órgão regulador do comércio internacional, mas este não tem correspondido às expectativas. Eu costumo, como sempre, coordenar a minha vida – no comércio, até à internacionalização. Tento fazer o meu trabalho por mim próprio. Mas não haja dúvida que se devia promover uma “atitude firme” nos órgãos competentes da soberania portuguesa. Devia haver um “Marketing próprio” mais forte de todo esse comércio. No meu caso próprio, nem tenho tirado partido disso porque, realmente, se as pessoas ficarem “à espera”, vão acabar por perder as oportunidades.»

SOUSA GALITO, Maria (2006). Comendador Rui Nabeiro. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº28, pp. 232-237.