Depois de sucessivos alargamentos, a Zona Euro atingiu os dezassete Estados-membros em 2011. Eram heterogéneos entre si e não praticavam a harmonização fiscal nem económica. Perante as dificuldades crescentes decorrentes de uma apenas aparente e contabilística convergência portuguesa à Zona Euro (registada por altura da adesão) Portugal sentiu a perda de instrumentos de política monetária que costumavam ajudá-lo a compensar os seus muitos desequilíbrios macroeconómicos. Como Portugal, as suas estruturas e agentes económicos viviam em média acima das suas possibilidades, o país não era suficientemente competitivo para aguentar as exigências, e acabou por claudicar no ritmo acelerado.
Não tendo optado por uma política externa conjuntural de união/cooperação com os Estados sob pressão (Grécia, Irlanda, Espanha e Itália) e assim constituir um lobby forte dentro da zona euro que contrariasse a sua situação internacional de total fragilidade e fosse capaz de impor regras nas negociações, Portugal deixou-se isolar de peito aberto e foi atacado com a violência de um exército pelo xadrez financeiro mundial.
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SOUSA GALITO, Maria (2011). Portugal numa Encruzilhada Histórica. CI-CPRI, AO, N.º 26, pp. 1-3.