Entrevistado: Conselheiro Eduardo Jorge Silva da Embaixada de Cabo Verde (2006)
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«Em Portugal, às vezes há tendência para dizer que fizemos todos coisas bonitas. É mentira. O colonialismo foi o processo muito complicado. Durante várias centenas de anos, Cabo Verde viveu crescimentos populacionais negativos porque morria gente à fome. Portugal – não os portugueses em geral, mas a autoridade portuguesa – era o principal empecilho para que se procurassem apoios e soluções para o crescimento económico, para a viabilidade das ilhas. O colonialismo deixou marcas muito profundas na História de Cabo Verde. Mas tivemos um homem brilhante, único, que se chamou Amílcar Cabral que, por sinal e ainda bem, viveu em Portugal enquanto estudante e conseguiu aperceber-se de uma dicotomia que foi peça-chave do nosso sucesso: a nossa luta não é contra os portugueses, mas contra o colonialismo português. Até nos seus estudos, Amílcar Cabral concluiu que o colonialismo era tão inimigo dos cabo-verdianos, como dos próprios portugueses.»
SOUSA GALITO, Maria (2006). Conselheiro Eduardo Jorge Silva. In (2007) Trinta Entrevistas no Âmbito da Diplomacia Económica de Portugal no Atlântico. CI-CPRI, ENT, Nº12, pp. 91-103.